Há beijos e beijos!
O primeiro beijo é o do afecto maternal.
O mais profundo, o mais belo, o mais sonoro, o mais verdadeiro.
É o poema que cada mãe transporta nos lábios.
Há o trivial que, no dia a dia, utilizamos como forma de cumprimento.
É um beijo, que pode ser nada, pouco, muito ou muitíssimo sentido.
Há aquele que atiramos ao vento, direccionado, num gesto de amizade, a
alguém que não estando longe, não está suficiente perto para o receber directamente.
Outros seguem também pelo ar, através da ponta dos nossos dedos, levando mil saudades
e a esperança de um breve reencontro.
Outros vão escritos e, por vezes, desenhados tentando iludir a distância e o tempo.
Também, existe aquele afável, de gratidão, que murmura simplesmente “obrigada” .
Há , ainda , aquele outro muito cúmplice, muito amigo que diz, ora a sorrir ora a chorar
“ estou aqui”, “estou contigo”. Uma espécie de carícia que afaga e reconforta a alma.
E o beijo que todos nós conhecemos dos contos de fadas ? O beijo do encantamento. A Princesa beija o sapo e este transforma-se num lindíssimo Príncipe!
O “Beijo” intenso e inebriante da paixão, aquele que absorve e entrelaça o desejo e o querer dos dois amantes, tão magistralmente esculpido por Rodin. O beijo imortalizado naquela genial obra de arte que me deixou sem fôlego, pela força emotiva e sensual que transmite, quando, aos vinte anos, tive a feliz oportunidade de o admirar, na Tate Galery, em Londres. O “Beijo” de Auguste Rodin
Enfim, são muitos e variados, de gratidão, de amizade, de alegria, de amor … e até de despedida
Mas recordo-me ainda de um outro, lindo e arrasador, o beijo do reencontro. Sabe a chocolate tem a cor da alegria e cheira a festa , ao invés daquele triste beijo da despedida.
Quem não se recorda do famoso beijo de Humphrey Bogart e de Ingrid Bergman consagrado pela sétima Arte?
Mas qualquer que ele seja, o beijo é sempre um gesto de ternura.
Só conheço um que não interessa, o beijo de Judas, por ser feio, falso e traiçoeiro.
E seguindo a tua sugestão “Que o beijo seja um pretexto de partilha”, termino juntando um lindíssimo poema de Alexandre O’neil , por , também , partilhar do sentimento de que “Há palavras que nos beijam como se tivessem boca”.
Há palavras que nos beijam
Há palavras que nos beijam Como se tivessem boca. Palavras de amor, de esperança, De imenso amor, de esperança louca. Palavras nuas que beijas Quando a noite perde o rosto; Palavras que se recusam Aos muros do teu desgosto. De repente coloridas Entre palavras sem cor, Esperadas inesperadas Como a poesia ou o amor. (O nome de quem se ama Letra a letra revelado No mármore distraído No papel abandonado) Palavras que nos transportam Aonde a noite é mais forte, Ao silêncio dos amantes Abraçados contra a morte. Alexandre O'Neill, in 'No Reino da Dinamarca
Beijocas
Filomena Ponte
O primeiro beijo é o do afecto maternal.
O mais profundo, o mais belo, o mais sonoro, o mais verdadeiro.
É o poema que cada mãe transporta nos lábios.
Há o trivial que, no dia a dia, utilizamos como forma de cumprimento.
É um beijo, que pode ser nada, pouco, muito ou muitíssimo sentido.
Há aquele que atiramos ao vento, direccionado, num gesto de amizade, a
alguém que não estando longe, não está suficiente perto para o receber directamente.
Outros seguem também pelo ar, através da ponta dos nossos dedos, levando mil saudades
e a esperança de um breve reencontro.
Outros vão escritos e, por vezes, desenhados tentando iludir a distância e o tempo.
Também, existe aquele afável, de gratidão, que murmura simplesmente “obrigada” .
Há , ainda , aquele outro muito cúmplice, muito amigo que diz, ora a sorrir ora a chorar
“ estou aqui”, “estou contigo”. Uma espécie de carícia que afaga e reconforta a alma.
E o beijo que todos nós conhecemos dos contos de fadas ? O beijo do encantamento. A Princesa beija o sapo e este transforma-se num lindíssimo Príncipe!
O “Beijo” intenso e inebriante da paixão, aquele que absorve e entrelaça o desejo e o querer dos dois amantes, tão magistralmente esculpido por Rodin. O beijo imortalizado naquela genial obra de arte que me deixou sem fôlego, pela força emotiva e sensual que transmite, quando, aos vinte anos, tive a feliz oportunidade de o admirar, na Tate Galery, em Londres. O “Beijo” de Auguste Rodin
Enfim, são muitos e variados, de gratidão, de amizade, de alegria, de amor … e até de despedida
Mas recordo-me ainda de um outro, lindo e arrasador, o beijo do reencontro. Sabe a chocolate tem a cor da alegria e cheira a festa , ao invés daquele triste beijo da despedida.
Quem não se recorda do famoso beijo de Humphrey Bogart e de Ingrid Bergman consagrado pela sétima Arte?
Mas qualquer que ele seja, o beijo é sempre um gesto de ternura.
Só conheço um que não interessa, o beijo de Judas, por ser feio, falso e traiçoeiro.
E seguindo a tua sugestão “Que o beijo seja um pretexto de partilha”, termino juntando um lindíssimo poema de Alexandre O’neil , por , também , partilhar do sentimento de que “Há palavras que nos beijam como se tivessem boca”.
Há palavras que nos beijam
Há palavras que nos beijam Como se tivessem boca. Palavras de amor, de esperança, De imenso amor, de esperança louca. Palavras nuas que beijas Quando a noite perde o rosto; Palavras que se recusam Aos muros do teu desgosto. De repente coloridas Entre palavras sem cor, Esperadas inesperadas Como a poesia ou o amor. (O nome de quem se ama Letra a letra revelado No mármore distraído No papel abandonado) Palavras que nos transportam Aonde a noite é mais forte, Ao silêncio dos amantes Abraçados contra a morte. Alexandre O'Neill, in 'No Reino da Dinamarca
Beijocas
Filomena Ponte
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